Moda sustentável
No mundo
atual vivemos a cultura do descartável, os objetos são
feitos para durar até certo tempo ou é trocado por
não atender padrões do momento, resultando em uma crise do
lixo com toneladas de plásticos entupindo os oceanos e expandindo os aterros.
A moda e a reciclagem vêm tentando amenizar essa
situação, trabalhado em conjunto durante décadas através de lojas de upcycling,
são lojas que criam algo novo e melhoram a partir de itens antigos ou
descartados, e brechós de caridade. Mas agora os estilistas estão cada vez mais
aventureiros, criando belas roupas e acessórios elegantes feitos a partir de
uma variedade de produtos residuais.
A Worn Again foi criada por uma
estilista chamada Cyndi Rhoades com a missão de eliminar o máximo possível
de resíduos têxteis. “Pegamos o tecido velho e o
desconstruímos quimicamente para re-extrudir o poliéster que tem nele. Ele então é transformado em
um novo fio e, em seguida, tecido em um novo tecido”.
Modelos produzidos pela Worn Again
Além da Worn Again existe várias outras
marcas que se optaram por essa alternativa como, a marca húngara SegraSegra que
trabalha com borracha de bicicletas para fazer jaquetas, bermudas e camisetas.
Já a Nike produz meias, bermudas, camisetas e tênis
esportivos com tecidos e materiais provenientes de garrafas de plástico
recicladas, e desde 2010, a empresa tem desviado mais de dois bilhões de
garrafas de plástico dos aterros sanitários para transformá-los em artigos de
moda feitos de poliéster reciclado. Em 2015, a Adida colaborou com o projeto Parley
for the Oceans para
criar um tênis feito inteiramente de fios e
filamentos recuperados e reciclados a partir de resíduos plásticos e redes de
pesca retirados do mar. Além
das marcas citadas existem muitas outras no mercado.
Os estilistas também
estão provando que os materiais reciclados podem criar roupas elegantes
o suficiente para enfeitar as passarelas ou o tapete vermelho. No Met Galado
ano passado, 2016, um elegante vestido monocromático criado pela Calvin
Klein foi usado pela atriz Emma Watson, cujo
tecido foi construído a partir de fios de garrafas plásticas
recicladas. Outros estilistas como Christopher Raeburn e Greg Laren também vem experimentando
essa alternativa.
O
Brasil não fica atrás, existem marcas brasileiras que também trabalham com a sustentabilidade
como a Insecta Shoes que possui peças veganas, sustentáveis e artesanal. A Dre Magalhães faz acessórios com corda, à marca Crua, que eles
trabalham com a “ressignificação de materiais”, reutilizando e misturando
aqueles considerados inusitados na construção de produtos de moda e design. É o
caso dos colares que são feitos de madeira descartada e pintados à mão, e
muitas outras.
No mundo em que vivemos hoje não podemos
sustentar essa cultura do descartável por muito mais
tempo. A sustentabilidade deve ser a primeira coisa que as empresas e
as grifes devem pensar quando vão projetar algo, devem questionar qual
a origem da matéria prima e como seus produtos poderão ser reciclados
para não pararem nos aterros.
Para que possamos prolongar a vida útil
dos tecidos velhos e poder reutilizá-los continuadamente, precisamos
encontrar novos métodos de reciclagem e a reciclagem química poderia ser a
melhor alternativa. Sendo uma alternativa
encontrada já que se você levar em conta as toneladas de roupas e tecidos
que vão parar no lixo, e que poderiam ter toda
a matérias-prima, energia e água gastas nessas peças
reaproveitadas para se fabricar novas roupas de modo completamente circular sem
desperdício. Isso vai acontecer como as novas tecnologias de reciclagem química
que estão sendo desenvolvidas.
Emma Watson, num vestido feito com tecido construído a partir de fios de garrafas plásticas recicladas.
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