Primeira Cruzada: Constantinopla, Niceia e a Batalha de Dorileia
Depois de iniciarem
as expedições para retomar Jerusalém, os exércitos cruzados viajaram por meses
até chegarem a Constantinopla, ponto de encontro previamente combinado. Mas ao
chegarem no local, encontraram todos os dez portões da cidade bizantina
fechados.
O Imperador
Aleixo I ficou furioso ao se deparar com os 60 mil combatentes enviados de toda
a Europa, afinal ele tinha solicitado um grupo de 300 cavaleiros treinados e
armados para auxiliar onde fosse preciso. Aquele exército de milhares poderia
facilmente invadir Constantinopla que nem suas muralhas de 16 quilômetros de
extensão e 9 metros de altura poderiam os defender.
Então,
Aleixo teria que negociar. Para isso ele convidou os principais líderes da
Cruzada, Duque Godofredo, Conde Balduíno e Boemundo de Taranto, para entrar no
átrio interno do palácio imperial. Aleixo planejava enganá-los, pois não queria
deixar que os cruzados se apossassem de suas terras que foram tomadas pelos
turcos.
Como o
exército precisava se alimentar e estava despreparado, Aleixo poderia lhe
fornecer suprimentos, mas em troca os três líderes cruzados teriam que jurar
fidelidade ao imperador bizantino, e assim o fizeram – esse juramento previa a
devolução, ao império bizantino, de qualquer terra que o exército cruzado
tomasse dos turcos. Então, os cruzados, junto com um exército bizantino
liderado por Tatizius, partiram para a marcha de mais de mil quilômetros até
Jerusalém.
Algumas
semanas depois, em maio de 1097, a expedição chegou à primeira cidade dominada
pelos muçulmanos, Niceia, que há 20 anos tinha sido tomada dos bizantinos. Os
cruzados, por seis semanas, cercaram toda a cidade que tinha uma muralha de
cinco quilômetros de extensão e quase dez metros de altura, com torres a cada
30 metros.
Apesar das
batalhas sangrentas contra os muçulmanos, uma traição estava por ocorrer. No
dia 18 de junho de 1097, os emissários bizantinos entraram pelo flanco oeste da
cidade de Niceia, pelo lago, utilizando os barcos que tinham levado para ajudar
no cerco. Eles queriam entrar em contato, secretamente, com os turcos para
negociar a rendição, e estes, preferiram se entregar aos bizantinos a serem
pegos pelos cruzados. Ao amanhecer do outro dia, a bandeira bizantina já estava
hasteada pelas muralhas de Niceia.
Sentindo-se
traídos, os cruzados levantaram acampamentos e avançaram com destino a
Jerusalém. A trilha que os soldados faziam era muito estreita, levavam em torno
de 3 dias para os 60 mil homens cruzarem um ponto qualquer. Em certa altura do
caminho um grupo liderado por Boemundo se separou do restante para acampar em
um vale, nas proximidades de Dorileia. Esse vale era o local da emboscada
preparada por Kilij Arslan, um líder turco que possuía um exército de mais de
50 mil homens.
Então, em 1
de julho de 1097, os turcos surpreenderam o grupo de Boemundo que estava
acampado e que, sem tempo para se organizarem, eram alvos fáceis para os
turcos. Estes últimos tinham técnicas de combates desconhecidas pelos cruzados,
como, por exemplo, arqueiros montados e também utilizavam de um batalhão de
arqueiros que, de longe, se deitavam no chão e apoiavam os arcos no pé, o que
permitia atirarem as flechas a centenas de metros.
Boemundo já
tinha perdido 4 mil homens quando o grupo de Godofredo veio em auxílio de
Boemundo, aumentando o número de cruzados para 55 mil. A desvantagem evidente
fez Kilij Arslan retirar suas tropas e, então, os cruzados partiram,
vitoriosos, em direção a Terra Santa.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Cruzada
Documentário
"As Cruzadas: A Meia Lua e a Cruz; A Primeira Cruzada"
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