Vícios
Como o vício em bebidas alcoólicas e
drogas, essa necessidade de estar conectado em sociais em grande parte do dia
também pode causar danos emocionais e requer tratamento. Assim cada vez mais
profissionais que cuidam da saúde mental estão começando a considerar o
“Transtorno de Dependência de Internet” como qualquer outro transtorno.
O viciado em drogas com o tempo tende a
precisar de doses cada vez maiores de uma substância para ter o efeito
entorpecente parecido com o obtido no primeiro contato,e o mesmo ocorre com
viciado em Facebook ou em outras redes sociais. Sintomas de crise de
abstinência, como ansiedade, acessos de raiva, suores e até depressão quando
por algum motivo ocorre um afastamento da rede, também são comuns.
Um dos primeiros estudos a revelar a força dessa nova
dependência de forma inconteste foi apresentado pela Universidade de Chicago.
Depois de acompanhar a rotina de checagem de atualizações em redes sociais de
205 pessoas por sete dias, os pesquisadores concluíram que resistir às
tentações do Facebook e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao álcool e
ao cigarro.
Nas redes sociais temos
controle sobre quem somos, as vidas são editadas para que só os melhores
momentos, as mais belas fotos e os detalhes mais interessantes do dia a dia
sejam mostrados. Até os defeitos compartilhados são cuidadosamente escolhidos.
E essa possibilidade de sermos quem quisermos se torna um atrativo muito grande
para um publico muito grande,onde a maior parte é de adolescentes.
Quando recebemos uma
curtida, nosso cérebro gera uma descarga de dopamina, mesmo neurotransmissor
produzido quando comemos chocolate, fazemos sexo ou ganhamos dinheiro. Na
prática, Facebook e Instagram nos dão prazer.
Um estudo feito na Universidade da
Califórnia, em Los Angeles, e publicado em maio de 2016 na revista Psychological Science mostrou que o cérebro de adolescentes fica
exultante com likes. Trinta e dois voluntários de 13 a 18 anos participaram de
um experimento: em frente ao computador,
foram expostos a 148 fotografias, das quais 40 eram deles mesmos. Ao lado de
cada imagem, havia o número de curtidas supostamente dadas pelos outros jovens,
quando, na verdade, a quantidade foi designada pelos pesquisadores. Os
cientistas notaram que o núcleo accumbens, parte do circuito de recompensa do cérebro, era ativado
toda vez que os adolescentes visualizavam suas próprias fotos com muitos likes.
Como
consequência, o indivíduo se afasta dos amigos, da vida social, sofrendo
prejuízos no trabalho, nos estudos e perde diversas oportunidades de
crescimento. Em casos mais extremos, a pessoa passa a não se alimentar
corretamente e chega a ficar sem dormir. Quem vive dessa maneira deixa de
desfrutar o momento presente, pois está preocupado apenas em compartilhar suas
ações e acompanhar os posts dos amigos virtuais, além de prejudicar a própria
saúde por meros likes.
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