Sertanejo
Nesta
coluna falaremos sobre um estilo musical que chegou a ser tão popular quanto o
samba no Brasil, o sertanejo. Esse gênero possui quatro gerações musicais, a
primeira geração começou por volta de 1920, quando ainda era chamado de música caipira
e possuía instrumentos típicos do Brasil colonial, como a viola, o violão e a
sanfona, porém o predominante era a viola. Esse estilo foi propagado por uma
série de duplas, que utilizavam violas e duetos vocais, suas músicas eram
voltadas para a população rural e retratavam a vida sofrida e as belezas do
campo, como, por exemplo, a música “Tristeza do Jeca” de Tonico e Tinoco.
A
segunda geração teve início a partir da segunda metade da década de 1940, com a
difusão de ritmos como a guarânia, a polca paraguaia e as rancheiras mexicanas
na música sertaneja. Essa difusão foi um grande avanço para o estilo, muitos
artistas pegaram essas novas influências e ainda remeteram as músicas para o
sertão, como na música “Meu recanto, meu paraíso” de Goiano e Paranaense.
Nessa
mesma geração surgiu o pagode de viola, uma variação do sertanejo que foi
inventada por Tião Carreiro, que buscava inovar o estilo fundindo o sertanejo e
o samba. O pagode de viola é tocado por um violeiro e um violonista, como
exemplo desse ritmo temos a música “Pagode em Brasília” do próprio Tião
Carreiro.
A
terceira geração começou na década de 1970, com a introdução de estilos como o
blues, o rock e a música romântica. Vários artistas utilizaram as influências
do rock e do blues de uma forma fantástica, por exemplo, Sérgio Reis, Renato
Teixeira e Almir Sater. Temos como exemplo a música “Tocando em frente” de
Almir Sater e Renato Teixeira. Porém a maioria seguiu apenas a influência do romântico,
como Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó entre outros.
Dentro
do romantismo alguns artistas inovaram bastante a forma de se fazer sertanejo,
como o Trio Parada Dura, que exaltava a sanfona no lugar da viola, ou a dupla
Milionário e José Rico, que utilizava orquestras em várias de suas músicas.
Como exemplo de uma música sertaneja romântica temos “Ainda ontem chorei de saudade” de João Mineiro e Marciano.
A
quarta geração é o que ficou conhecido como sertanejo universitário, teve
início a partir dos anos 1990, esse estilo surgiu no momento em que o sertanejo
romântico se popularizou nos campus universitários. Já não conta com letras que
retratam o sertão, mas sim situações corriqueiras da vida dos jovens, tendo forte apelo a
temas como traição, embriaguez, promiscuidade sexual e ostentação. A típica
viola na grande maioria das músicas foi deixada de lado. O sertanejo
universitário possuí instrumentos mais modernos e com muita influência do pop
americano, como guitarras elétricas, baixos e baterias, embora ainda tenha a
presença da sanfona e do violão. Uma das músicas que mais fez sucesso nessa
geração foi “Meteoro” de Luan Santana.
Hoje em dia, o mais popular é o
sertanejo universitário, embora a maioria do público que apreciava as primeiras
gerações não goste desse estilo. Mas para a alegria dessas pessoas, ainda
existem artistas que buscam reviver as raízes sertanejas, como, por exemplo, a
cuiabana Bruna Viola.
Fontes:
Comentários
Postar um comentário