Primeira Cruzada: A Cruzada Popular

Durante 1095 a 1096, a motivação do povo em participar da Guerra Santa era evidente. As pregações de Urbano II pela França foram intensas e seus bispos e legados fizeram o mesmo em suas dioceses da França, Germânia, e península Itálica. O papa ainda proibiu algumas pessoas de participarem, como monges, mulheres e doentes, mas de nada adiantou, a população já estava tomada por um sentimento de fé e convencida de que uma expedição se fazia necessária.

Meses antes da Primeira Cruzada “Oficial” ser lançada, um grande número de plebeus (em sua maioria, pobres camponeses) e cavaleiros de baixa estirpe partiram para Jerusalém de forma independente, acabando por se juntarem em um contingente liderado pelo carismático monge Pedro, o Eremita – essa expedição, mais tarde ficaria conhecida como Cruzada Popular ou Cruzada dos Mendigos.

Sem organização adequada e com armamentos precários, os cruzados marcharam para a Terra Santa com o objetivo de expulsar os muçulmanos do local sagrado e retomar o controle do Santo Sepulcro.

Durante os dias iniciais da Cruzada Popular, no início do verão de 1096, um grupo que se encontrava entre os Cruzados, liderado pelo Conde Emicho de Leiningen, atravessou o Reno, e iniciou uma série de pogroms (ataque violento maciço a pessoas) contra todos os Judeus que encontravam. Membros do clero cristão, como o arcebispo de Colónia, condenaram o ato de linchamento a fim de proteger a comunidade judaica da sua cidade.

Para esse grupo, os Judeus, assim como os muçulmanos, eram inimigos de Cristo, e como tal, matá-los e ficar com as suas posses não era visto com maus olhos. De fato, eles viam isso como um ato justo uma vez que o dinheiro dos Judeus poderia ser usado para financiar a Cruzada para Jerusalém.

Mas eles estavam errados e a Igreja condenou de modo firme os ataques dirigidos aos Judeus. Cinquenta anos mais tarde, quando a Segunda Cruzada estava a ser preparada, São Bernardo pregava frequentemente que os Judeus não deveriam ser perseguidos:

Perguntem a qualquer pessoa que conheça as Sagradas Escrituras o que ele encontra profetizado sobre os Judeus no Livro dos Salmos: “Não para a sua destruição eu oro", diz o Salmo. Os Judeus são para nós as palavras vivas das Escrituras, visto que eles nos lembram sempre o que o Nosso Senhor sofreu.... Sob os príncipes Cristãos, eles suportam um cativeiro severo mas "eles esperam o momento da sua libertação."

Sem preparo militar e com cerca de 40.000 pessoas, os peregrinos seguiam uma rota ao longo do rio Danúbio, os seguidores de Pedro, o Eremita atacaram húngaros, búlgaros e até um exército bizantino em Nish. Nestas lutas, cerca de 10.000 cruzados foram mortos, os restantes chegaram a Constantinopla em Agosto e com mais cruzados a chegar ou a caminho de Constantinopla, Aleixo I apressou-se a transportar os 30.000 cristãos latinos pelo Bósforo.

Já na Anatólia e devido a conflitos internos, os cruzados separaram-se em dois grupos. Os turcos eram guerreiros experientes e conheciam o terreno, por isso aguardaram e observaram até ao melhor momento para atacar. Um dos grupos ainda tomou uma fortaleza perto de Niceia aos seljúcidas antes de serem cercados, mas depois foram mortos ou convertidos ao Islão e escravizados.

O outro grupo, de cerca de 20.000 cruzados, foi atraído para uma emboscada e massacrado quase na totalidade. Para além de alguns sobreviventes dispersos, apenas cerca de 3.000 peregrinos se conseguiram refugiar num castelo até chegar uma escolta bizantina para levá-los de volta a Constantinopla, onde muitos se juntariam à Cruzada dos Nobres.

Pedro o Eremita mostra o caminho de Jerusalém aos cruzados 

Fonte:
http://www.infoescola.com/idade-media/cruzada-popular/
http://guerras.brasilescola.uol.com.br/idade-media/guerra-dos-mendigos.htm
http://www.suapesquisa.com/historia/cruzadas/cruzada_mendigos.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Cruzada

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