Primeira Cruzada: Motivação do Povo

No século XI, o crescimento do Islã era notório à medida que avançava em direção ao ocidente. Suas ameaças de invasão ao império de Constantinopla, fizeram seu Imperador, Aleixo I, pedir ajuda à Igreja Católica. Como vimos nos textos anteriores, isso fez com que o papa apelasse à população.

Em Clermont-Ferrand, França, no dia 27 de novembro de 1095, diante de um Concílio de 13 arcebispos e 225 bispos, o Papa Urbano II pregou um sermão, a céu aberto, convocando o povo para a primeira Cruzada. Os homens, as mulheres, as famílias e até vilarejos inteiros que ali estavam, ouviram-no apelar aos sentimentos de piedade, auto sacrifício e amor a Deus.

“Empreendei o caminho do Santo Sepulcro, arrancai aquela terra àquele povo celerado e submetei-la a vós: ela foi dada por Deus em propriedade aos filhos de Israel; como diz a Escritura, nela correm rios de leite e mel.” – Assim falou o Papa, sobre as riquezas da Terra Santa e como elas teriam sido tomadas do povo Cristão.

“Empreendei, pois este caminho em remissão de vossos pecados, certos da imarcescível glória do reino dos Céus.” – A promessa de redenção dos pecados foi um fator que interessou muitos católicos, pois uma parte da população era marginalizada e realizava saques em aldeias e castelos.

“Que os ricos sustentem os pobres e levem a seu custo homens prestes para combater.” – Era um pedido do Papa, para que assim, mais combatentes tivessem condições de participar da expedição. E, de fato, muitos homens ricos e proprietários de terras participaram da Cruzada, como mostra estudos às cartas-régias feitas nos últimos anos. Estes mesmos vendiam suas propriedades, a fim de custear as despesas da expedição, que não era muito barato, principalmente se levasse consigo a sua esposa, o que alguns faziam.

Há um equívoco em relação aos cruzados ingressarem na expedição pelo único motivo de obter riquezas, porém, é óbvio que eles não se opunham a saquear se assim fosse possível. Mas a realidade dos fatos é que as Cruzadas não foram uma boa oportunidade para se obter lucro. Algumas poucas pessoas enriqueceram, mas a gigantesca maioria voltou sem nada.

“Quando fores ao ataque dos belicosos inimigos, seja este o grito unânime os soldados de Deus: Deus o quer! Deus o quer!” – Esse foi o grito de guerra usado pelos Cruzados. Hoje em dia, muitos o conhecem como “Deus Vult!”, que seria a expressão em latim clássico mas, na verdade, o correto seria “Deus lo Vult!”, pois o povo medieval não sabia falar em latim clássico e, por isso, usavam um latim vulgar e errado. Inclusive o brasão da Ordo Equestris Sancti Sepulcri Hierosolymitani (ordem de cavalaria cujas origens remetem a Godofredo de Bulhão) traz a escrita “Deus lo Vult”.

Ordo Equestris Sancti Sepulcri Hierosolymitani

Papa Urbano II

Fonte:
http://www.sohistoria.com.br/ef2/cruzadas/p1.php
http://verdadeurgente.blogspot.com.br/2015/03/a-verdadeira-historia-das-cruzadas.html
https://ascruzadas.blogspot.com.br/2013/04/sermao-do-beato-urbano-ii-convocando.html
https://ascruzadas.blogspot.com.br/2009/04/bem-aventurado-papa-urbano-ii-popolo.html
http://www.deuslovult.org/about/
Documentário "As Cruzadas: A Meia Lua e a Cruz; A Primeira Cruzada"

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